terça-feira, 16 de dezembro de 2014

iPhone & apple = iDead

Iphone & Apple = iDead

Pois é, gosto muito de economizar e tudo o mais, mas um dia, um amigo meu apareceu na faculdade com um iphone e achei espetacular aquele negócio de não usar botões e tudo o mais, queria muito um pra mim. Acho que o dele era a primeira ou segunda geração de iphones ainda, mas eu queria tanto que guardei todo dinheiro que conseguisse pra comprar um pra mim. Quando finalmente consegui o dinheiro pra comprá-lo, já estava sendo lançado o iphone 3gs. Foi extremamente difícil conseguir achar pra comprar em algum lugar e tudo o mais, mas finalmente consegui, um dia, vários meses depois de já ter o dinheiro para tal. 
Enfim, achei o iphone 3gs de fato uma maravilha. Todos aqueles aplicativos, mesmo que alguns fossem pagos e tal… passei mais de dois anos com aquele celular e gostando muito dele, considerava minha melhor compra na vida até que…
Um belo dia eu tava fazendo alguma coisa importante nele, mas estava com muita vontade de urinar. Como de costume, fui lá fazendo o que eu estava fazendo no celular, entretanto aconteceu uma coisa terrível: 
Alguma coisa aconteceu e acabei soltando ele, que caiu direto no vaso. 
- Será que seria nojento demais pôr a mão lá dentro pra pegá-lo de volta? não me dei ao luxo de parar pra pensar antes de fazer o que fiz, meti a mão na “água” e capturei de volta "meu filhinho amado” rezando torcendo pra que ele continuasse funcionando… 
- e aí?
Bem, ele nunca mais funcionou, por mais que eu o pusesse de molho na farinha, no arroz, no raio que o partisse. Foi uma perda lastimável :(
Mas ora vejam só: um celular caríssimo que não era capaz de sobreviver a um banhinho rápido sequer?! Nessa época já existiam os celulares com android e tudo o mais, mas eu queria o iphone pq já tinha sido doutrinado para tal… De modo que um amigo meu me ofereceu um iphone 4 e depois de pestanejar um pouco, acabei comprando…
Bem, eu morava perto de um shopping onde há uma loja da apple e eventualmente eu ia lá ver o que havia de novo e se algum preço caía (nesse caso sempre sem sucesso), mas sempre gostei muito do atendimento por lá… Principalmente na última semana em que uma caixa de lá concordou que o preço de um fio pra ligar o iphone numa fonte por usb é cara demais por quase 100 reais.
Na mesma semana, alguns dias depois, meu terceiro fone de ouvido pra iphone estava quebrado e resolvi comprar um novo, afinal um fone de ouvido durar quase 1 ano sempre achei uma coisa espetacular, sendo que todos os meus fones de ouvido anteriores duravam menos de uma semana. Sendo assim, acho que pagar 150 reais não ia ser a pior coisa do mundo, ainda mais com a ótima qualidade de som que os fones da apple sempre tem.

Tudo isso sem contar que eu queria muito participar de uma promoção do shopping em que, ao gastar 300 reais, ganharia TOTALMENTE GRÁTIS um quebra cabeça do bob esponja, que minha namorada tanto queria (sejamos honestos, eu também queria :X). 
Bem, finalmente consegui o quebra-cabeça depois de lanchar muito no mesmo shopping e fazer estas duas compras milionárias na iplace (loja da apple) e achei muito legal o joguinho, mais pela felicidade da minha amada do que pelo jogo em si, mesmo :x


Ah! Já ia me esquecendo! Quando eu fazia mestrado, comprei ainda um ipad… Não me lembro bem pra quê o fiz, mas comprei, nem me lembro mais do preço na época, só sei que agora deve estar bem caro, inclusive porque na época ele só acessava a web via wireless ou por meio de algum outro dispositivo da apple emparelhado compartilhando rede via wireless. Hoje em dia é tudo bem mais caro, como não poderia deixar de ser, vindo da Apple. Mas apesar de tudo, gosto do meu iphone e do meu MacBook Air que ganhei de minha mãe. ele é muito fino, como demonstrado nOs Simpsons:


Mas será que apple é assim tão ruim com os preços tão altos e tudo o mais? 
Bem, não tenho mais muito dinheiro e por isso não gosto tanto assim da ideia de comprar aparelhos caríssimos, mas esses gatgets da apple são em geral muito bons, pena que tenham esse calcanhar de aquiles de não gostarem de tomar banho. Mas quem sou eu pra reclamar? até um dia desses eu tb passava vários dias sem tomar banho :X
Os produtos acho sempre muito bons, até o ipad que comprei mas não lembro nem de ter dado alguma utilidade real pra ele que fosse muito além de um notebook, a não ser o fato de ter uma bateria razoável e fazer quase todas as coisas de um notebook. Enfim, chega de escrever. Espero que tenham gostado do texto. Até a próxima _o/

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

A Saga do quebra-cabeça: Mais decepções

E já está virando costume isso de “desvirtuar" pessoas honestas, primeiro foi a moça do Carrefour que eu fiz com que traficasse pão de queijo, e hoje foi a vez de uma moça dos serviços gerais do Manauara Shopping. Como começamos no sábado, a tentativa de ganhar o quebra-cabeças não parou...

Principalmente, quando minha namorada viu que tinha o quebra-cabeças do Bob Esponja, ela enlouqueceu, me fez até comprar um celular, mas infelizmente não valeu porque a loja onde compramos o celular não estava participando. Então, ela pôs na cabeça dela que gastaríamos esses R$ 300,00 em mais coisas, já que não deu certo com o celular, e ela teria esse quebra-cabeças, hoje viemos ao shopping comprar um carregador na iPlace que custou R$ 79,90 aí foi só ver o preço e perceber que era um cupom fiscal que ela colocou na cabeça que conseguiríamos HOJE os R$ 300,00 em notas fiscais. Descemos para a praça de alimentação e compramos dois pratos de comida que nos custou R$ 25,90 quando fomos nos sentar ela viu umas notas fiscais e tivemos nesse momento uma brilhante ideia: VAMOS JUNTAR OS CUPONS DE TODAS AS MESAS. Mas, como conseguiríamos isso? Pois é, conseguimos algumas sozinhos e depois recebemos uma ajudinha quase que criminosa e desonesta, no nosso jeitinho brasileiro de ser, de uma moça dos serviços gerais, ela pegou todas as notas fiscais e não fiscais que as pessoas deixavam em suas bandejas e nos entregava pra que chegássemos mais rápido aos R$ 300,00. 
Em pouco tempo, já tínhamos pouco mais de R$ 400,00 :D minha namorada quando viu, ficou louca de alegria, quase gritou de tanta animação… QUASE... 

Fomos ao lugar pra trocar os cupons pelo quebra-cabeça e ela recebeu a péssima notícia: não receberia o quebra-cabeça porque algumas lojas não participam, como a do celular que comprei e custava os tais R$ 300, no fim das contas o pouco mais de R$ 100,00 que estavam sobrando ficaram faltando. Óbvio que ficamos bastante irritados e tristes, principalmente ela que estava tãããããão animada e esperançosa, cheia de brilho nos olhos de tanta alegria. Quando recebeu a notícia ela quis chorar, mas logo se animou pensando que no dia seguinte conseguiríamos novos cupons… até lá…

sábado, 6 de dezembro de 2014

A Saga do quebra-cabeça: A descoberta

A minha namorada cismou que queria porque queria um quebra-cabeças de 120 peças desde que viu em um site, e o Manauara Shopping fez uma promoção chamada "Natal pra Juntar", funciona assim: a cada R$ 300,00 em compras no shopping, a pessoa ganha na hora um quebra-cabeças do Bob Esponja, da Dora Aventureira ou Tartarugas Ninja.

Quando descobriu essa promoção minha namorada ficou transformada, e queria a qualquer custo aquele quebra-cabeças. Passeando pelo shopping passamos em frente a LG, e como precisamos de um celular resolvi que compraria, desse modo seriam duas felicidades: teríamos o celular e eu ainda veria minha namorada feliz. Comprei, então o tal do celular que custava R$ 300, justamente o valor necessário para se ganhar o quebra-cabeças, ela toda empolgada já tinha até escolhido o dela, que seria do Bob Esponja, para ela naquele momento tudo era felicidade. Eu até que cheguei a comentar algo tipo "agora sim teremos o que fazer nos próximos anos...", estávamos bastante empolgados com a possibilidade de ganhar o prêmio.

Tínhamos de fazer muita coisa e ela estava muito ansiosa, então, eu decidi que deveríamos ir logo lá trocar os cupons ficais pelo quebra-cabeças, de cara recebemos a notícia de que o celular custou R$ 299,90, ou seja, faltavam 0,10 centavos, quando vi a carinha dela decidi que compraríamos um sorvete na Bob's só pra completar os R$ 300. Comprado o sorvete, voltamos lá cheios de felicidade pra trocar e recebemos a pior notícia: a loja onde compramos o celular não estava participando da promoção.

Vimos o quebra-cabeças se desfazer em nossa frente.  Perdemos a maior chance que tínhamos de receber o quebra-cabeças :( pensamos, então: eventualmente, comemos no Girrafa's que é uma loja participante, então, até o dia 24 de dezembro provavelmente conseguiremos esse quebra-cabeças.

Uma dose de Poliana, por favor doutor!

Durante esta semana, uma moça me ligou me chamando para uma entrevista de emprego em uma empresa aqui em Manaus, chamada Neemu. Esta empresa foi criada por estudantes da mesma universidade em que estudei na graduação e fui jubilado no mestrado. Aliás, a empresa faz produtos justamente nas linhas em que estudei (Recuperação de Informação). 
Na verdade não fiquei tão nervoso antes ou durante a entrevista, especialmente pelo fato de eu conhecer o entrevistador por alto, que fez doutorado estudando no mesmo laboratório que eu durante meu finado mestrado. Mesmo assim, a mesma foi terrível. Me dei conta que não conseguia mais lembrar de quase nada mais, me sentindo de fato inútil para o trabalho. Mas pelo menos não deixei de ser sincero em momento algum, explicando até as nuances de minha esclerose múltipla.

Bem, no final das contas a entrevista foi realmente ruim e me senti de fato totalmente inapto para o cargo, mas como diria o Pequeno Príncipe, “a gente nunca sabe”…  Meu entrevistador disse que qualquer coisa me mandaria um sms dizendo se eu tivesse sido escolhido, já que do meu apartamento não há sinal da tim (única operadora que tenho atualmente, já que meu outro celular, que pegava dois chips, foi roubado num dia em que fui fazer uma das últimas ressonâncias de crânio até o momento). 
O problema é que desde lá não tenho saído do apartamento pra cidade onde pode haver sinal, mas quando eu o estiver, postarei este texto e verei se há algum email ou sms pra mim. Espero que torçam pra que dê tudo certo, mas, ora vejam só:

No mesmo dia da entrevista, fui à livraria Saraiva, onde encomendei os livros Poliana e Poliana Moça, e lá estavam eles. "Poliana" terminei de ler ontem e comecei "Poliana Moça" no mesmo dia. Comprei os livros por duas razões: minha última namorada já o havia recomendado e uma moça com esclerose múltipla fez uma postagem sobre o livro. No dia em que li a postagem me decidi em comprá-lo. Pra minha surpresa, ele chegou bem rapidamente a Manaus, em torno de 1 semana de espera.

Geente! Este livro é BOM DEMAIS. Demonstra como sempre podemos ver pontos positivos quando há coisas ruins acontecendo em nossas vidas. Por exemplo, a Poliana ganhou um par de muletas no aniversário dela e aprendeu a ficar feliz por não precisar usá-las, com isso foi aprendendo este "JOGO DO CONTENTE" e ensinando a todo mundo da cidade. 

Na verdade faz bastante tempo que jogo, sempre que posso, este jogo, olhando sempre coisas positivas quando acontecem coisas ruins. A última vez foi quando fui expulso da casa da minha mãe, sabendo que finalmente eu teria a chance de viver a minha própria vida, sem nem precisar dar satisfações a ela ou a ninguém, além de minha namorada, que em breve será minha esposa, esperamos :) 
Vivendo comigo ela já está e felizes, nós já somos x)

A propósito, jogar o jogo do contente atualmente é mais fácil do que nunca: e se não conseguir o emprego? vou procurar conseguir auxílio doença. Se conseguir, vou ter mais dinheiro do que no outro caso. De qualquer modo estarei feliz financeiramente x)

Isso sem contar com alguma eventual possibilidade de voltar pro mestrado, e com bolsa, ainda que esta seja provavelmente tão baixa quanto a de passar no ENEM.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Por uma outra terapia?

Agora que saí de casa e estou a morar sozinho, vocês devem perguntar: "mas e a esclerose? como está seu tratamento?" 
Pois é, estou fazendo o tratamento direitinho, diariamente do jeito que tem que ser, mas deixei o tratamento convencional já que o remédio precisava ficar na geladeira e eu não tenho geladeira para armazenar, dessa forma, por enquanto (sobre)vivo administrando a vitamina D e isso não me agrada tanto quanto as pessoas gostariam que eu me agradasse. Tenho alguns comentários a respeito:

Primeiro, não me agrada porque a vitamina D não funciona comigo, tipo assim, eu deveria me sentir mais disposto e tudo o mais, só que não consigo sentir tudo isso. A vitamina D não me faz mais disposto pra caminhar ou qualquer coisa do tipo, tomando a vitamina D sinto apenas que tomei a vitamina D. O que me fez sentir menos cansado, indisposto, esclerosado, sei lá, foi o Ômega 3; quando tomei o ômega 3 pela primeira vez senti uma melhora instantânea, me sentindo disposto pra caminhar, quase como era quando eu tomava o ADERA D. 

Atualmente, então, meu tratamento está assim: o ômega 3, um complexo vitamínico e o colecalciferol. Com esses três medicamentos, não me SINTO tão melhor, talvez a próxima ressonância magnética demonstre que eu estou certo ou errado. Tudo isso sem contar que estou proibido de comer coisas que gosto, tipo qualquer coisa que tenha leite ou seus derivados. 

Vale ressaltar que uma consulta com a médica da vitamina D custou R$ 700,00, enquanto meu tratamento convencional é inteiramente gratuito. O outro motivo pelo qual não me agrada esse tratamento diz respeito a uns dos argumentos usados para que a pessoa faça esse tratamento com vitamina D, e o argumento é: "A indústria farmacêutica não busca a saúde da pessoa, ela só se interessa com o lucro". 

O que mais me deixa indignado nesse argumento é a cara de pau deles. Como podem dizer que a vitamina D é gratuita se só o ômega 3 é R$ 109,00? Pois é, SÓ o ômega é esse preço imagina os outros, sendo que tenho que tomar 4 ômegas e 4 complexos vitamínicos por dia. É muito dinheiro em jogo. Aí como se já não bastasse minha indignação, vejo nesse site essa foto: 


Sério, como pode? Sendo que a médica que me atendeu indicou farmácias pra eu comprar o colecalciferol e os demais remédios. Nesse mesmo site, mas em outra postagem, essa aqui, eles dão "20" razões pra escolher a vitamina D e "abrir mão" de outros medicamentos ou vacinas (que se você prestar atenção não são 20, porque o motivo "a vitamina D é de graça" eles usam umas 6 ou 7 vezes usando termoss diferentes). Uma das razões é que a vitamina D não é feita em laboratório. Como assim não é feita em laboratório? A minha médica disse exatamente que a vitamina D encontrada em alimentos e a produzida no nosso corpo é muito pouquinho, por isso que tenho de mandar fazer em laboratório, preferencialmente nos que ela indicou.

Não entendo a cara de pau desse povo que se diz indignado com o lucro da indústria farmacêutica, mas o valor de UMA consulta de duas horas (com o discurso que eu já tinha visto o Cícero Coimbra usar, e eu o vi falar de graça no youtube) foi R$ 700,00. Brincadeira, hein?!

Não digo pra que não façam o tratamento, estou falando que comigo não deu certo e que os argumentos usados estão errados, na minha opinião. Se você faz o tratamento e se sente bem com isso, ok, mas comigo não funciona tão bem, nem o remédio e nem os argumentos.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Viver melhor mesmo

Ah! Mudando de assunto, eu já falei que eu não conseguia mais lembrar dos meus sonhos há muito tempo? Pois é, lembro que eu tive um sonho há muito tempo, depois passei váááários meses sem conseguir sonhar lembrar de sonho nenhum. Suponho que isso tenha se dado por causa da esclerose múltipla mesmo, mas acho meio esquisito tudo isso. Logo que saí da clínica da Graça consegui ter e lembrar de outro sonho, este relacionado a eu ter passado para o mestrado de volta. 

Na manhã de ontem, minha namorada me acordou com um beijo e carinhos e eu devia estar tendo um sonho na mesma hora, por isso ele foi muito claro pra mim, sonhei que estava fazendo uma prova de vestibular que, aliás, teve ontem na UFAM de fato, na mesma sala de uma amiga minha lá do curso de psicologia. Bem, não tenho certeza sobre estas coisas de sonhos e sua relação com a esclerose múltipla, quero até tentar pesquisar a respeito. Aliás, anteontem mesmo minha namorada me deu uma boa ideia de pesquisa em computação pra esclerose. Amanhã vou tentar falar com um possível orientador sobre esta ideia.

Ontem tive uma surpresa muito boa enquanto escrevia esta postagem: ouvi uma voz  que parecia conhecida e pensei “será que é a minha madrinha procurando por mim? :D”, imediatamente abri a porta pra tirar a dúvida, e sim: era minha madrinha com o filho e família dele. Foi muito feliz, pra mim, ter aquela visita tão inesperada desta pessoa tão amada <3

A propósito, estou achando esse negócio de morar sozinho muito legal! consigo até ter ideias, provavelmente por não ter internet lá em casa e poder ficar só filosofando pensando sobre coisas aleatórias e às vezes em coisas focadas, conforme a disposição que minha esclerose múltipla me permita pensar mas, acima de tudo, sem ter tempo de me estressar com coisa alguma. Minha namorada me ajuda muito nisso.


Mas a melhor parte de todas do lugar onde moro é que lá, ao contrário de todo o resto da cidade, não tem mosquitos (pelo menos ainda). E lá me sinto mais feliz que quase qualquer parte da cidade ou do estado do Amazonas inteiro, afinal lá é meu cantinho com minha amada, onde não há pessoas me julgando e me causando stress.

Bem viver melhor

Anteontem foi um dia muito legal:
Fui à casa da minha sogra com a namorada e ela deu um monte de coisas pra a gente trazer pra casa nova. A propósito, eu já contei como fui expulso da casa da minha mãe? 

Pois é, conto a história desde o início a seguir:
Consegui um apartamento do Viver Melhor com a ajuda exclusiva da minha última ex-namorada, isso porque pensávamos em viver juntos algum dia, mas como um dia ela me deixou, deixei pra lá tudo também, só que um dia ela me ligou pra ver se eu ainda daria o apartamento pra ela, já que tinha ficado no meu nome por razões impronunciáveis. Só que, na esperança de ter a menina de volta eu disse que daria pra ela e tudo o mais, até era a minha intenção dar pra ela mesmo, especialmente se eu pagasse todas as prestações e tal vai que, né?
Acontece que notei que ela nem sequer iria voltar a falar bem comigo mais, e em algum momento  acabei falando pra minha mãe sobre o apartamento, coisa que eu não queria fazer desde o início, apesar da influência da minha namorada atual.. 
Pois bem, eu tinha razão: tão logo eu falei pra minha mãe que eu tinha esse apartamento no meu nome, ela imediatamente trouxe um primo meu pra viver aqui. 
Foi curioso: um belo dia eu estava dormindo na casa dela (onde foi também a minha casa por 27 anos) e minha mãe bateu na porta do meu quarto. Quando abri o quarto ela só foi logo falando “me dá a chave do teu apartamento, teu primo vai morar lá”. Assim, ela não havia conversado absolutamente nada comigo mesmo, só chegou com a decisão dela e pronto: eu já tinha perdido o apartamento, como eu sabia que aconteceria, e já tinha inclusive perdido o direito de ter este apartamento imediatamente, afinal minha mãe pagou umas umas 3 prestações de 60 reais u.u’

Prévia da conclusão: perdi meu apartamento naquele dia, sem direito nenhum de resposta e passei vários meses sem poder passar nem perto deste apartamento, até que um dia…
Numa das eternas brigas que sempre tive com minha mãe, falei que queria vir pra minha casa, afinal aqui eu não teria que passar pelas humilhações diárias dela de sempre pelas quais eu passava costumeiramente (pelo menos no meu imaginário é assim que eu entendia que iria acontecer). Quando falei com meu primo que queria vir pro apartamento (MEU, aliás), não faltaram defeitos pra serem relatados por ele: o lugar seria supostamente perigoso, violento, vizinhos ruins e tudo o mais, ou seja, eu odiaria morar no Viver Melhor. Lógico que, pra mim, ele falou isso com o intuito claro de me amedrontar pra que eu não quisesse me mudar pra este apartamento. Não sei se eu acreditei nele desde o início, até porque num lugar pra pessoas de baixa renda viverem, não teria sentido nenhum que as pessoas fossem tão ruins assim como meu primo pintava. 
Enfim, um dia minha mãe entrou no quarto, do nada, onde estávamos minha namorada e eu e ela passou a acusar minha namorada de tentar me matar e muito mais (quanto a isso, devo dizer que se não fosse a namorada, eu teria conseguido me matar em ao menos uma das dezenas de vezes que tentei - aliás, eu não tentava me matar por culpa do remédio que utilizava [interferon], como dizia minha mãe, até porque ao parar de usar o medicamento por muito tempo continuei com estas vontades, ainda mais fortes. 
Pelo menos continuei tendo a namorada. A vivência me demonstrou que só tentei me matar unicamente por culpa da minha mãe e das brigas com ela, mesmo). Pois bem, acabei vindo morar no meu apartamento do viver melhor, inclusive pra descobrir até onde eram verdade as coisas horríveis que meu primo falava, em contrapartida ele foi morar onde eu morava antes - na casa da minha mãe, com a mulher e filha. Duas pessoas que achei igualmente antipáticas, mas podia ter sido só impressão do momento. 
Enfim, não consegui encontrar nada de terrível aqui, nos moldes que meu primo tanto falava ou nem mesmo menos algo próximo disso. Na verdade o Viver Melhor segunda etapa do projeto Minha Casa Minha vida, aqui de Manaus, onde moro, acho um lugar extremamente bom, ainda não vivenciei nada de terrível por aqui, fora os preços altíssimos das coisas, até por ser razoavelmente longe do resto da cidade. Aliás, numa das primeiras noites que dormimos aqui, minha namorada viu umas pessoas se drogando perto do nosso apartamento, mas quem nunca, né? Quer dizer, em que lugar de qualquer cidade não tem pessoas que usam drogas ilícitas (ou mesmo as permitidas)?

Ah, eu até poderia reclamar do ônibus viver muito lotado, mas nossa casa não fica tão longe da garagem de onde os ônibus saem, então é mais difícil pra nós, minha namorada e eu, não ficarmos sentados durante o trajeto. Quanto a isso, ainda pretendo escrever uma postagem explicando como não ficar em pé nos ônibus. Aguardem e descubram a dica que vai servir não só pra quem precisa sentar nos ônibus, mas muito mais.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Eu NEM queria mesmo, Eu hein?!

Pois é, fiz o ENEM este ano e, pra variar, minha prova foi terrível. Bem, não é bem assim, explico a seguir:

Eu adoro fazer as provas do ENEM, sempre termino ela tendo aprendido alguma coisa nova e tudo mais, por isso mesmo gosto de fazê-la sempre que possível.
Ano passado me inscrevi pra fazer a prova, mas no final acabei não fazendo a prova por ter chegado atrasado, graças ao trânsito formado no dia e eu não estar nem de carro na época.

E foi por isso que não fiz a prova ano passado: por causa do sol.

Este ano foi diferente: pela primeira vez na vida o ENEM  calhou em ser próximo à casa que eu morava e tal, só que dessa vez eu simplesmente não consegui sequer ler a prova inteira. Por causa da esclerose múltipla? Provavelmente sim, mas com certeza mesmo não sei, não...
Acontece que eu demoro muito tempo pra responder as questões, de modo que sempre fui o último a sair da sala, mas não este ano.
Na verdade minha pretensão principal era poder comprar fichas do Restaurante Universitário (RU), visto que agora não tenho mais dinheiro pra almoçar no shopping, nem moro mais perto de algum que tenha Subway ou coisas do tipo com coisas razoavelmente pagáveis sem emprego. Quanto a eu ganhar algum tipo de auxílio por ter Esclerose Múltipla, ainda não fiz isso e estou esperando minha médica sair de férias pra ver se ela pode me ajudar a respeito...
Ah sim, eu tava falando do ENEM né? pois é, houve um tempo que eu era tão inteligente que passei até pra Psicologia na universidade federal do Amazonas (vulgo UFAM), sendo este um dos cursos mais concorridos nessa universidade. Este ano eu pensei em fazer pelas cotas, mas ainda não tenho certeza nem se já terei sido jubilado em psicologia quando começarem as inscrições pra quem passou em 2014...
De qualquer modo, achei a prova bastante difícil, especialmente talvez por ter finalizado o Ensino Médio em 2003, se não me engano, mas mesmo assim nem acho que minha redação tenha sido tão ruim assim.
O pior mesmo foi não ter lido a prova inteira. Gosto de reler várias vezes as questões antes de dar uma resposta, até filosofo e crio teorias com relações às questões. No final acaba o tempo e eu não li nem metade da prova.

Mas na verdade, acho mesmo que o Rubem Alves é que tinha razão: o jeito mais justo de escolher quem deve passar no vestibular não tem nada a ver com uma prova que ensine as pessoas a se estressar desde crianças, mas sim por um mero sorteio. Sim, é melhor que pra passar em alguma coisa não seja necessário perder sua infância e adolescência deixando de fazer coisas próprias dessas idades como brincar. Se é pra se submeter a uma prova, provavelmente o melhor mesmo seja que as pessoas passem por mero sorteio. Assim todos terão chances iguais de verdade.

Entretanto, é claro que tem aquele lance de meritocracia, desse modo acho que é legal que todas as pessoas tenham um pouco de cultura antes de entrar na faculdade, mas tem muita coisa que acho razoavelmente desnecessária no Ensino Médio só pra passar no vestibular. Por exemplo: pra quê preciso saber do peso atômico do bário, pra quê saber os afluentes à esquerda do rio Amazonas? pra quê tantas outras coisas que não tem serventia nenhuma se não vai ser com o que vou trabalhar de fato? E se vou trabalhar com tal coisa, que eu estude sobre isso na universidade, ao invés de fazê-lo no ensino médio, eu hein?!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Transforme o stress em bem estar

Seja você portador de esclerose múltipla ou não, uma coisa temos de admitir: depois de um estresse algo no corpo parece ficar muito errado, às vezes, essas mudanças são tão pequenas que nem damos a devida atenção.

O que acontece é que em um momento de raiva excessiva, há um aumento de radicais livres, moléculas que debilitam o sistema imunológico. Ou seja, o estresse faz com que o nosso corpo se desequilibre fazendo com que os sistemas do corpo fiquem desregulados; inclusive é muito comum observar como os batimentos cardíacos ficam acelerados, e para que normalize é preciso muito tempo de repouso para recuperar-se.

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Lembro de um tipo de palestra que talvez tenha assistido quando criança, ou pode ter sido alguém falando a respeito, em que diziam uma palavra que muito mais tarde ficou marcada pra mim: EUSTRESS. Isso provavelmente queria dizer que quem faz com que fiquemos estressados sejamos nós mesmos e de qualquer modo, faz todo sentido.

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Situações difíceis certamente virão, mas cabe a nós mantermos o controle, e fazer do momento de estresse, apenas mais um momento. Sabendo o mal que pode nos causar, devemos passar a evitar o estresse. Listo aqui quatro dicas (razoavelmente) boas para evitá-lo:

1. Durma
Resolver coisas de cabeça quente ou pensar em um momento de raiva não resolve nada, disso ninguém tem dúvidas. Mas, e quando estamos estressados? 
Nesse caso o melhor a se fazer é tirar, pelo menos, um cochilo pra nos deixar revigorados. Até porque, além da função revigorante ele [o sono] assume diversas outras funções essenciais para o organismo, como prevenir a obesidade - produzindo a leptina durante a noite -, e combater à hipertensão.
Enquanto você dorme você armazena as atividades e problemas do dia para que eles se acomodem na sua memória. As associações que são feitas durante o sono permitem que você resolva as questões que te incomodaram durante o dia. Mesmo uma soneca de 10 minutos já reconfigura a atividade dos neurônios no seu cérebro, de modo que você pode tomar melhores decisões e reagir mais apropriadamente às coisas que te estressam.

2. Pense Positivo
As pessoas positivas não são imediatistas. Elas conseguem analisar uma situação e enxergar adiante. Ter um objetivo, faz com que o caminho seja suportável. Dessa forma, em uma briga o melhor a fazer é calar-se e analisar a situação, pensando em o que é o melhor a se fazer.

3. Relaxe ao longo do dia:
Não se permita ficar “ligado” o dia inteiro. Escolha alguns momentos específicos para relaxar, dar uma volta, fazer uma caminhada ou um alongamento, tomar uma água ou simplesmente respirar profundamente várias vezes, antes de voltar ao ritmo. Isso pode operar milagres num dia muito agitado. 

4. Evite tarefas desnecessárias e estressantes:
Faça uma lista de tudo aquilo que precisa fazer, depois a reduza para as coisas realmente essenciais. Dentro delas, escolha apenas as três mais importantes e concentre-se nelas. Simplificar sua lista fará com você seja mais produtivo, se canse menos, se permitindo ser ainda mais criativo.
5. Ria
Sabe aquele ditado quem diz: “Rir é o melhor remédio”? Pois é, no universo científico isto faz todo o sentido. Isso porque o sorriso comprovadamente alivia tensões. Ah, não está acreditando? Vou explicar: quando sorrimos 17 músculos são relaxados, e o nosso cérebro libera um neurotransmissor chamado endorfina que é um analgésico natural, tira a dor e dá uma sensação de bem-estar, e dessa forma alivia tensões. Ao mesmo tempo, a pressão arterial abaixa e ocorre um aumento na oxigenação do sangue. 
O riso também aumenta a produção e a atividade no organismo das células NK (do inglês, natural killers), responsáveis por destruir vírus e até tumores presentes no organismo. E mais: o sorriso vem sendo utilizado como recurso de humanização no cuidado de pacientes em hospitais do mundo todo.

Então, desejo a todos vocês um dia tranquilo e de muita paz e tranquilidade.

sábado, 22 de novembro de 2014

22 de Novembro: Somos feitos de livros e música

Hoje, dia 22 de novembro, é dia internacional do livro e dia do músico.  Tudo tem a ver comigo. Vou explicar a respeito de todas essas facetas que podem até me representar, de um jeito ou de outro.

Dia do livro:
"Eita, eu nem sabia que existia essa palavra!"

Ler é um hábito poderoso que nos faz conhecer e até (re)criar mundos e ideias. E é por meio da leitura que desenvolvemos criatividade e adquirimos cultura, conhecimento e valores. Até mesmo em uma releitura somos capazes de nos surpreender com algum conhecimento novo que nos foi imperceptível, a princípio.

Na minha vida já li vários livros, extra-escolares, de assuntos diversos. Com essas leituras fui capaz de fortalecer conhecimentos que já tinha e adquirir novos que eu jamais imaginei que poderia ter. Entre os muitos livros que tenho, alguns foram realmente edificantes, como:

O Pequeno Príncipe (Antoine Saint-Exupéry) 
1984 (George Orwell)
Revolução dos Bichos (George Orwell) 
O Mundo de Sophia (Jostein Gaarder)
A Garota das Laranjas (Jostein Gaarder)
A Droga da Obediência (Pedro Bandeira)
Pimentas (Rubem Alves)

Quero agora fazer uma rápida indicação. Quem nunca leu O pequeno príncipe? leiam. Um dia minha mãe me falou que era um livro extraordinário, mas quando fui ler, não achei nada de mais. Muito mais tarde (vários anos depois), relendo, percebi quanta beleza há nele e pude, finalmente, compreender do que se tratava e o quanto há para aprender. E posso dizer com firmeza: Crianças, cuidado com os baobás. Reler livros não é perda de tempo. Pode até ser considerado um dos grandes prazeres que já tive. Não relemos um livro pra apostar a velocidade, mas pra descobrir coisas novas.

Porque a música traz a paz ou a paz traz a música...

Dia do Músico:
"Lava os olhos meus" - Chico Buarque

Não é extraordinário como meras frases (ou partes) de músicas nos tocam e fazem refletir? Às vezes pelas letras, outras pela melodia, é como se a música acabasse sendo nossa psicóloga, "que nos entende e faz com que reflitamos sobre todas as coisas", ainda que nem conheçamos ou entendamos suas letras (quando há alguma). Não tem jeito. Música é um estado sublime da arte. Até se for funk ou sabe-se lá o que mais. Tudo tem alguma beleza que pode ser sublime aos nossos olhos ouvidos.

Então, para você que nos dá o que as vezes é nossa única companhia, que trabalha de sol a sol... ré a ré, dó a dó, e ainda assim precisa ouvir muito mi mi mi, como se música não fosse trabalho.
Parabéns! Parabéns a vocês músicos ou musicistas que são SIM artistas, que tem o dom de tocar instrumentos, compor melodias, harmonias e de fazer canções que durante toda a nossa vida serão muito importantes. E os músicos mais importantes pra mim são:
Chico Buarque
NOFX
Offspring
Blink 182
Dead Fish
Los Hermanos
Mamonas Assassinas
Tim Minchin
Xuxa
Genival Lacerda
Oswaldo Montenegro

E além de nos trazer alegrias, em alguns lugares existe uma coisa muito linda. Um tratamento com música, sim, estou falando da MUSICOTERAPIA. A Musicoterapia é uma forma de terapia alternativa que utiliza a música no tratamento de pessoas com problemas tanto de ordem física quanto emocional, mental, neurológica...

As pesquisas em relação ao poder exercido pela música começaram na década de 60, quando o médico e escritor inglês Oliver Sachs, começou a pesquisar o efeito da música em pacientes com a doença de Parkinson. A terapia da música pode ser utilizada no tratamento de dores, reabilitação de acidentes vasculares cerebrais (AVC), lesões traumáticas, na melhora da coordenação motora tanto de crianças, como jovens e idosos com deficiências neurológicas, com pessoas cegas ou surdas, doentes de Parkinson, mulheres grávidas, deficientes físicos, entre outros. A presença da música no dia-a-dia auxilia no desenvolvimento físico, pessoal, social, intelectual e emotivo, melhorando a qualidade de vida.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Coisas que EM nenhuma me faz esquecer

Há alguns dias, quando estava com minha namorada e uma amiga, ficamos lembrando de coisas que já fizemos ou eu já fiz, e quis compartilhar isso tudo.
Provavelmente eu publique sobre estes acontecimentos separadamente algum dia, mas pra não correr o risco de esquecer no final das contas, é melhor eu deixar as ideias que provavelmente me farão lembrar dos acontecimentos nos dias das postagens:

Essa música era o auge da época, época essa que não existia nem internet, quanto mais youtube ou p2p?!

1. O dia que liguei pra rádio;
Quando eu tinha mais ou menos 6 ou 7 anos de idade, eu gostava muito da música "Scatman John - pi pa pa para po", e um dia liguei pra rádio pra pedir essa música. Liguei uma vez e disseram pra eu esperar que iam colocar pra tocar - e haja espera. E mais espera. E mais espera. E nada. Até que eu resolvi ligar e falar toda a minha indignação a quem me atendesse. E foi o que fiz quando finalmente me atenderam. Falei que estava com muita raiva por ter pedido a música e não terem tocado, por mais que o programa já estivesse acabando. Quando me atenderam e ouviram minha ira, imediatamente colocaram pra tocar. Só depois disso soube que eu tinha falado no ar (ao vivo). Foi quando percebi, ainda criança, que expondo as pessoas, fica mais fácil atingir nossos objetivos.

2. Desespero da mamãe no pequeno avião pra Fernando de Noronha enquanto eu fazia acrobacias dentro dele;
Achei tão legal andar de avião que ficava pulando na cadeira feito um macaco e minha mãe desesperada, se desesperando cada vez mais. Eu percebia o desespero dela, mas eu achava tão divertido que era quase impossível não pular.

3. O tio mais divertido do mundo que todo domingo apostava corrida comigo na volta da missa;
Meu tio tinha Síndrome de Down e sempre brincava comigo de alguma forma, uma das coisas que ele sempre fazia era apostar corrida ao chegar à rua de casa, na volta de toda missa de domingo, antes ele sempre ganhava de mim, mas confome fui crescendo, vi que eu conseguiria ganhar dele, ainda assim eu deixava ele ganhar (verdade! eu que deixava sim!).
Sério, ele foi a pessoa mais divertida que conheci, como a mãe dele (minha avó), a mais inteligente de todas (já já falo a respeito - item 8).

4. Quando parei a escada rolante do Amazonas Shopping;
Todo adolescente tem uma mania, a minha mania de adolescente era envergonhar quem andava comigo, principalmente amigos, pois nunca me importei com a opinião das outras pessoas. Teve o caso de eu com gorro de papai noel dando feliz natal de dentro do carro para as outras pessoas (o fato de não estar na época do natal não vem ao caso), me jogar no chão do shopping,  parar a escada rolante do mesmo shopping e muito mais (não importa se o shopping era o mais frequentado da cidade na época). Nessa de parar a escada rolante o meu tênis - all star - rasgou, meu tênis tão novinho [carinha de quem quer chorar]...

5. Alter Ego;
O que falar dessa época que durou razoavelmente pouco, mas estará pra sempre em minhas lembranças, seja pelos amigos, fãs, namorada, ensaios, shows... Lembro de uma vez que fui tocar num lugar que se chama "Aomirante Bar" e o palco era terrível, balançava demais, e a banda acabou tendo de decidir: se segurar ou segurar os instrumentos? A escolha foi difícil, porque éramos uma banda de rock com vários integrantes, e segurar a onda na hora da empolgação do show era meio complicado.
PS: na verdade nem me lembro mais bem disso tendo acontecido, mas acho muito plausível, uma amiga minha que estava lá que me contou :X desculpa, tenho esclerose; múltipla, ainda por cima.

6. Cai mas me levantaram;
Sempre gostei de ir a shows de bandas de rock, afinal minhas bandas favoritas eram/são NOFX, Offspring, Dead Fish, Dance of Days, et. al. Em um desses shows que eu geralmente ia, esse (provavelmente Dead Fish), no meio do pogo, acabei caindo. Nesse momento lembro de ter visto, do chão, minha ex-namorada rindo e gargalhando por isso, entretanto imediatamente me levantaram e voltei logo pra "dança".

7. Eu fui aprisionado em minha própria casa
Já passei por um montão de coisas que na hora foi desesperador, mas depois dei boas gargalhadas lembrando. Esse dia foi um deles. Eu resolvi tomar o banho mais bem tomado da minha vida para encontrar minha namorada (na época início de namoro queria ficar super arrumado pra ela), com isso acabei demorando muito no banheiro, e nesse ínterim minha mãe precisou sair pra algum lugar e sem saber me trancou no banheiro. Quando percebi que estava trancando já era tarde demais, ela não estava mais em casa e por mais que eu gritasse ninguém conseguiria me ouvir. Tentei ligar pra ela inúmeras vezes, todas sem sucesso, até que tive que chamar a polícia, vai que algum ladrão que tivesse me trancado lá, né?!
Depois de contato com o FBI, facebook e tudo o mais, a polícia finalmente chegou arrombou minha casa e abriu o banheiro. Em seguida chegou minha mãe que acabou contando que ela havia trancado o banheiro pensando que não havia ninguém lá dentro.
O pior de tudo é que a minha namorada nem foi lá em casa, ou seja, passei maior sufoco em vão. Depois disso nunca mais tentei fazer isso de banho demorado pra minha namorada.

8. A avó mais inteligente do mundo
Lembro que uma vez eu finalmente contei pra minha avó que era ateu e todos os meus motivos pra isso e, ao invés de tentar me evangelizar, ela respondeu uma das coisas mais inteligentes que já ouvi na vida: "meu filho, não importa se Deus existe ou não, o importante mesmo é o bem que ele faz na vida das pessoas". Isso sim, esclerose nenhuma nem nada será capaz de me fazer esquecer.

9. Pensando no item anterior, minha namorada falou uma coisa inteligentíssima também: "as pessoas não precisam ser evangelizadas, só precisam ter e dar exemplos de vida e bondade e de que no mundo ainda existem pessoas boas".

10. "Fazer o bem, não importa a quem"
Eu sempre gostei de interagir com pessoas aleatórias independente de classe social ou qualquer coisa do tipo. Ex1: eu gostava muito do atendimento de uma atendente (duh) do Giraffa's no shopping próximo de casa. Um dia ela foi demitida e escrevi uma carta pro gerente demonstrando toda minha indignação pela sua demissão. Graças a esta carta ela foi readmitida imediatamente. Atualmente ela continua trabalhando no Giraffa's, mas em outro shopping.
Ex2: Eu queria fazer a última boa-ação nos últimos minutos dos meus 26 anos e, ao encontrar um catador de lixo em busca de alimento, deu meu milk-shake que tinha pouco mais da metade do copo grande (acho que de 700 ml).
Ex3: Ainda nessa de fazer algo pelos outros, sempre eu ganhava cookies no subway respondendo a pesquisas, resolvi um dia responder as pesquisas, pegar os cookies e doá-los a quem encontrasse. As únicas pessoas que acabei encontrando nos entornos do shopping eram "moç@s" que trabalhavam na rua vendendo o corpo. Ver o sorriso del@s foi mesmo gratificante, até porque o sorriso recebido, em agradecimento a nós é sempre o mais bonito. Se tudo contagia, como ódio, preguiça, sono, por que não contagiar com coisas boas, como sorrisos e abraços?

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dia da consciência negra

Seguinte: quando eu era criança, tinha preconceito com pessoas negras, até que um dia eu me olhei no espelho e me dei conta: "eita, também sou preto! Por que eu acho que aquela menina é feia só por ter pele escura?". Bem, a resposta pra isso é: havia um garoto na minha turma de quinta ou sexta série que sempre fazia piadas e todo mundo gostava muito dele (toda turma de escola tem alguém assim)... 

Certo dia, numa aula de inglês, o professor estava ensinando o uso de "isn't it?" em perguntas, do tipo "né?". Ele deu o exemplo: "se eu for falar 'Cleia [uma menina da turma que esqueci o nome e tô usando só por eu lembrar mais da situação que do nome dela] é bonita, NÉ'?". Imediatamente o engraçadinho lá respondeu "né não" e a sala inteira riu muito. Naquele momento eu meio que "me dei conta" de que ser uma menina preta era sinônimo de menina feia, e este meu preconceito permaneceu por muitos anos, até que conheci uma outra menina de pele escura (a Ana) no mIRC e um dia a conheci pessoalmente e depois de tê-la conhecido fiz uma das coisas que mais me envergonho de falar a respeito até hoje: depois do encontro, numa ligação ela me perguntou "e aí? me achou muito feia?"  e eu cometi a heresia de falar "só um pouco", meramente por causa do preconceito que tinha pela cor de pele dela afinal eu imaginava que uma mulher só poderia ser bonita se fosse branca. 


Não me lembro exatamente de tudo que houve desde então, mas acho que ela deve ter ficado (com razão) magoada com meu comentário. Não tenho culpa, não nasci pronto. Esta foi uma lição que aprendi e guardarei para o resto de minha vida. Não posso ter nenhum tipo de preconceito com as pessoas meramente por causa de aparências, tanto que minha namorada atual é negra e a considero linda, mais até que minha namorada anterior, que era branca (e não, não estou dizendo isso por ela estar ao meu lado enquanto escrevo).

Ah sim, ia esquecendo: um dia conheci um rapaz (branco) que depois de saber que eu era preto, disse que não podia ser meu amigo, afinal uma pessoa preta nunca seria capaz de ser inteligente. Espero muito que ninguém aqui concorde com ele.

Nesse dia da consciência negra, ou em qualquer outro dia -porque o importante mesmo é a conscientização e não a data (a data serve muito mais pra que as pessoas pensem a respeito dela) -, peço a você que está lendo este texto que se conscientize, seja você branco ou negro. É muito fácil dizer pra uma pessoa branca se conscientizar, mas as vezes a pessoa mesmo negra acho que ser negro é algo horrível, digno de pena. Pra quem quer saber minha opinião sobre corpo perfeito e beleza, aí vai uma foto que representa o que pra mim é "o corpo perfeito": 


Feliz dia da consciência negra pra você, branco, preto, homem, mulher, héter@, homo, tanto faz: pra você capaz de ver como o mundo pode ser um lugar melhor sem preconceitos de quaisquer espécies.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Problemas e vantagens em trair e ser traído

Bem, alguns de meus amigos mais íntimos devem saber que em meu último relacionamento, a namorada da época (Fernanda) aparentava me amar muito e tudo o mais, porém eu não lembro o quanto correspondia a esse afeto, apesar de achar que era carinhoso com ela na maior parte do tempo, até porque uma das coisas que mais gosto e sempre gostei na vida é trocar carinhos com pessoas que pareçam ficar felizes com isso...
Entretanto, provavelmente por falta de escrúpulos ou sei lá o quê (suponho que só por ter esse amor tão latente em mim para compartilhar), traí Fernanda... Uma traição minha foi descoberta por Fernanda e, por ser uma relação de muitos anos, sofri muito beirando a uma depressão quando ela descobriu (lendo conversas minhas com Karina, já que eu confiava muito em Fernanda a ponto de nem imaginar que ela seria capaz de "invadir minha privacidade" quando eu estivesse fora de casa e deixasse meu facebook logado). Pois bem, quando cheguei em casa no fatídico dia, fui surpreendido com o ódio da minha amada, que garantiu de antemão que nunca mais teria nada comigo (e olha que eu até paguei uma viagem pra ela a Gramado - a cidade mais linda que já fui na vida). 

Claro que garanti a ela que essa foi uma única vez com uma única pessoa e que tudo que aconteceu entre eu e Karina foram uns meros beijos (essa parte foi verdade), mas nada disso tudo deu jeito. Perdi Fernanda para sempre mesmo, por mais que eu tentasse ao menos ser amigo dela.
Um "problema" é eu ter mentido ao dizer que a única traição foi com Karina. A parte de eu nunca ter feito nada além disso, não tenho certeza, até porque tenho esclerose (múltipla, ainda por cima) e por isso não lembro mesmo de quantas vezes transei com qualquer uma fora minhas namoradas e affairs, antes daquele momento.
Sim, fiquei desolado com a descoberta de Fernanda com relação a Karina e os poucos beijos que trocamos (mais que isso, com o fato de eu nunca sequer ter cometido alguma traição que fosse além dos meros beijos). Mas enfim, deixemos Fernanda pra lá, por hora. Acontece que nessa história toda, havia uma Jaqueline que não entrou nessa história até o momento. 

Jaqueline foi uma garota que conheci numa parada de ônibus da universidade e foi puxar assunto comigo e, como eu era meio safado, não me importava em trair, na época e assim deu-se o acontecimento. Fiquei com Jaqueline (nada além de beijos, mas mesmo assim não deixei de apalpar o que eu mais amo  em toda as mulheres: peitos! :X ), mesmo estando no cinema.
A história com Jaqueline acabou por muito tempo tendo sido somente aquele filme no cinema. Mas Fernanda terminou comigo de vez e eu me vi sozinho de vez, a não ser por umas duas outras incógnitas, não tenho certeza de quantas, mas isso não importa muito agora.

A questão principal é: sou e sempre fui apaixonado por peitos e eu queria muito encontrar alguém pra alguma coisa séria, daí numa falha abençoada na minha esclerose múltipla, lembrei de Jaqueline e pensei "será que rolaria pra ela?" e chamei ela pela web, dizendo, exatamente, "quer namorar comigo?", assim, do nada mesmo, vai que rola né... E não é que ela aceitou sem nem pestanejar tanto?
Bem, foi um relacionamento que desde o início aconteceu baseado em uma traição minha a Fernandacom Jaqueline, mas estranhamente eu nem imaginava que o feitiço voltaria contra o feiticeiro. Mas voltou. Fui traído umas 3 vezes pela Jaqueline (só com beijos também, pelo menos[até onde eu saiba]). Nesses momentos pensei: "o que é um peido pra quem já tá cagado?" Eu sofri tanto quando perdi Fernanda e pedi tanto perdão garantindo que não aconteceria novamente e tendo a certeza de que assim seria, qual seria o sentido de eu fazer o mesmo que houve comigo, com Jaqueline? Seria uma incongruência

Bem, atualmente vivo com Jaqueline e somos felizes na grande maioria do tempo, a propósito, nos mudamos ontem pra minha casa nova, mas isso explico em outra postagem. Tudo que acontece de brigas são coisas simples, como ela ficando agoniada quando me pede pra fazer alguma coisa e não se lembra que tudo que demoro se dá em decorrência da esclerose múltipla que tenho. E, principalmente, aquilo que realmente mudou a minha vida completamente, no sentido ruim da coisa: maspoxavida, esqueci =/ foi mal, é que tenho esclerose :x

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Internação parte 2 (final?)

Desculpem, mas ser feliz sim, é imprescindível.

Como segunda postagem a respeito, vou dizer como findou (pelo menos até agora) meus dias lá na terapeuta 1:
Bem, não sei se falei na outra postagem, mas o jeito dela de agir conosco (e principalmente com minha namorada) foi extremamente ríspido, de modo que nos fazia sofrer, muito mais que se "terapizar".

Hoje foi a gota d'água final, estava eu e a minha namorada conversando no quarto sobre uma ideia que ela teve pra saber a quanto tempo eu já tenho EM, foi então que a dona da "clínica" entrou no quarto e começou a se meter na nossa conversa dizendo que não queria ouvir o que a Paula tinha a dizer porque ela queria uma teoria minha, só faltou arrastar a cara da Paula no chão, como ela já estava cansada de ser maltrata e humilhada calada, dessa vez ela não deixou e começou a rebater tudo o que a mulher dizia, até que a Graça nem sabia mais o que falar, começou a gaguejar. E aí ela falou que a Paula é uma pessoa orgulhosa e negativa e [indiretamente] que eu devia terminar com ela". Em decorrência de tudo, decidimos fugir (ainda que fosse à pé e mesmo que eventualmente tivéssemos a possibilidade de ocorrer coisas menores, como assalto, assassinato ou sei lá o quê).

No momento estou "escondido" e pensando no que fazer, visto que a minha casa foi apossada pela minha mãe e cedida pra outra pessoa.
No final das contas, na clínica descobri 2 coisas: 
1. As aparências enganam, achei que a Graça era uma graça mas me enganei.
2. Lá aprendi que eu não preciso de tratamento pra "crescer na vida", eu preciso mesmo de liberdade pra mostrar o quanto eu já cresci.


Ps: cansei de ser o ratinho de laboratorio da naturalista com pós-doutorado em medicina empírica, na faculdade internacional Yahoo Answers.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Urinoterapia? thanks, but no, thanks

Desde a descoberta de minha esclerose múltipla, minha mãe tem querido que eu fosse fazer um tratamento numa "clínica natural" em que ela já se tratou de uma doença que, segundo os médicos, na época, seria incurável sem cirurgia e ela se curou sem tê-la feito. Ela teve um pólipo na corda vocal e se tratou com compressas de barro sobre o local, dieta vegana e mais alguma coisa (provavelmente envolvendo orações).
Assim, fazer a terapia com o barro, comer a comida vegena e fazer as orações tudo bem - a situação é aceitável -, agora fazer a pipiterapia (ou urinoterapia) é uma coisa muito tensa, posso colocar aqui alguns motivos:

Vai um golinho aí?
1. Acho a urinoterapia algo nojento.

2. Faço um tratamento com a Vitamina D, no qual tomo colecalciferol em altas dosagens, e o excesso é excretado na urina (tanto é, que é essencial tomar 3 litros de água por dia pra evitar calcificação renal).


3. Nos rins, existem cerca de 1 a 4 milhões de néfrons, eles são os responsáveis por filtrar o sangue. Os néfrons filtram cerca de 1000 litros de sangue por dia. Note que se temos, em média, 5 litros de sangue e até 4 milhões de néfrons, isso significa que o sangue é filtrado muitas vezes, e dessa forma o corpo pode absorver nutrientes ou despreza-los, o que é absorvido ou desprezado depende da necessidade do nosso corpo. Na urina, é excretado tudo o que o corpo não precisa e se meu corpo diz que não quer mais porque não precisa, por que reingerir algo que o corpo está botando pra fora? Isso é anti-fisiológico.

4. Acho a urinoterapia algo nojento.

5. Meu corpo minhas regras. A regra é: meu xixi tem coisas desnecessárias pra mim porque tudo que tem nele eu já tenho o suficiente.

6. E se isso acabar me causando outra doença como grastrite ou até mesmo úlceras por causa do pH da urina?

7. Esse tratamento não é reconhecido pela Anvisa, e o órgão ainda não liberou porque provavelmente urina não deve ser lá a melhor coisa pra saúde, como dizem.

8. Acho a urinoterapia algo nojento.

9. Os argumentos que dão para fazer isso são muito superficiais e genéricos, sempre com "experimenta pra ver como vai dar certo e calar a boca dessas pessoas contra essa terapia milagrosa". Só de pensar nisso, já sinto sono.

10. Já falei que acho a urinoterapia nojenta?

A urinoterapia é baseada em uma cultura milenar oriental. Essa terapia só chegou ao Brasil através do livro "Cura-te a ti mesmo", nessa "terapia" as pessoas reingerem sua própria urina - na qual eles acreditam estar substâncias boas para o organismo, e por isso temos de ingeri-las novamente-, para que nada se perca e o corpo não seja prejudicado pela falta de substâncias. Eles acreditam também que a urina serve como uma vacina, ou seja, estimula o corpo a criar anticorpos para antígenos que possam vir a fazer algum mal.

É um absurdo pensar que o fruto da evolução de milhares de anos ou até mesmo fruto da criação de Deus seja algo tão mal feito a ponto de desprezar/excretar algo útil e benéfico pra ele.  

Seja você simpatizante da urinoterapia ou não, em uma coisa temos de concordar: o nosso sangue contém muitas substâncias de que não necessitamos e algumas podem mesmo ser perigosas - água em excesso, sais minerais, células mortas ou alteradas e resíduos das atividades celulares. Por isso precisam ser eliminadas. O que fica é: até onde vai a coragem humana? 

Internação

Parte 1: Hoje vou me internar na clínica naturalista que vai tentar me fazer beber meu próprio xixi, entre outras coisas...
[depois de escrever a primeira parte, já internado]
Parte 2: Bem, meu dia aqui teve diversas coisas que considero terríveis, outras nem tanto mas, por via das dúvidas, vou tentar contar na ordem cronológica:
A primeira coisa que fiz aqui no dia foi participar de (vulgo "assistir a ") uma corrente de oração, com a Graça, dona do lugar e amiga de minha mãe. É, sou ateu e nem devia fazer nada, mas por respeito fiquei la sem problemas, até achei meio legal a parte em que a Graça falou bem de mim por eu ter "inventado" um aparelho interessante com uns 12 anos ou menos... Depois começou o tal tratamento...
A primeira coisa que tive que fazer era justamente algo que eu recusei desde antes de vir, sabendo da possibilidade: sonda retal. Pra que isso? Sei lá, ninguém explica nada aqui. Ta, fiz. Não virei gay por causa disso e é bem vergonhoso falar a respeito mas, como costumo dizer (e agora faz mais sentido ainda), o quê que é um peido pra quem tá cagado?

A propósito, minha namorada, Paula, veio comigo pra que eu suportasse o que quer que houvesse, visto que eu não queria vir, desde o início...
A questão mais chata mesmo é que a dona daqui a tratou mal inúmeras vezes, como se fosse a dona que tivesse fazendo um favor por deixá-la vir, não a Paula que o tivesse, me convencendo a fazer tal coisa...

Em seguida fiquei de molho por duas horas numa banheira com água de morna pra quente (verdade seja dita, essa parte eu gostei, apesar da banheira ser muito pequena pra mim, que tive que me contorcer algumas vezes pra não ficar fora da água)

Depois tive que fazer um tratamento com compressa de barro na barriga, que devia ser na cabeça, mas pra isso eu precisaria estar com a cabeça raspada. 
Como a minha mãe já fez esse tratamento quando estava doente há muitos anos, não estranhei. A parte chata é que ninguém explicou pra que serve isso. A parte mais chata ainda é que um dos tratamentos que fizeram em mim (não lembro mais qual deles) foi encontrado no yahoo answers. Isso fez com que o tratamento como um todo perdesse totalmente a credibilidade, pra mim.
Mesmo assim, reza a lenda que minha mãe se curou do pólipo na(s) corda(s) vocal(is) unicamente por causa deste tratamento, por mais que ela, como sempre, fizesse qualquer coisa que pudesse e inventassem pra resolver qualquer coisa (ou seja, deve ter tentado outras coisas também, o que deslegitima essa certeza)

Enfim, o tratamento com o barro não foi tão ruim no final das contas, assim como não sei ainda se trouxe (ou eventualmente trará) qualquer tipo de benefício em mim. Pra finalizar o dia aqui, houve um culto com um pastor. Confesso que achei bem legal, até, mas nada a ponto de me fazer abandonar minhas convicções "ateísticas".

Pra finalizar o dia, a janta foi uma sopa de alho sem sal nenhum + pedaços de alho... Alho é um problema quando se tem pressão naturalmente baixa, como eu, por baixar a pressão mais ainda, mas sobrevivi :D
Minha namorada mesmo passou mal com o excesso de alho :T

Minha impressão final do primeiro dia aqui é: minha avó não agüentou passar nem 3 dias aqui, pouco antes de morrer, mas nada me faz crer que teria sido diferente se ela tivesse continuado aqui, afinal outras pessoas morreram se tratando aqui, ou seja, o fato de minha mãe ter se curado ao se tratar aqui não faz dessa clínica, uma salvação certa pra todos os males do mundo. Mas não gosto de tomar decisões precipitadas. Vamos ver cenas dos próximos capítulos...

Ps: pelo menos não tive que beber minha própria urina (que era a promessa de um dos tratamentos, mas estudando um pouco, ficou claro que não fazia sentido nenhum, ja que não posso ingerir nada que contenha cálcio, e como o remédio que tomo tem, saí tudo na urina.

domingo, 9 de novembro de 2014

Faixa de Pedestres

Há muito tempo tenho vontade de fazer uma campanha em prol dos pedestres e agora que o @TransitoManaus (twitter que dá dicas sobre o trânsito na cidade em que moro) começou a fazer campanhas a favor de um trânsito melhor, achei que era um bom momento para escrever algo a respeito.

Ultimamente resolvi ter um novo hobbie: atravessar na faixa de pedestres. Sem olhar para o lado. Supondo que os motoristas vão parar. Como é natural em outros países e cidades como Brasília e Gramado. A parte ruim é que eu moro em Manaus - AM.

Aqui não há respeito pelo pedestre (nem mesmo por outros condutores). De qualquer modo, sei que é direito meu e, claro, procuro evitar ruas em que os carros passam rápido, já que eu tenho o poder de escolha de ir de carro quando tenho vontade. Em ruas pouco movimentadas e lentas o risco é menor, mas não é nulo. Os motoristas sempre acham que tem o direito de passar e desviar quando eu estou na frente deles. Há quem chegue ao absurdo de buzinar e achar ruim. Como assim? Não é o pedestre quem tem preferência? Com o tempo fazendo isso, esse tipo de atitude começou a me irritar mais e mais. Lembro de uma vez, por exemplo, eu estava atravessando em uma faixa de pedestres DENTRO de um supermercado, e a condutora não quis parar. Atravessei na frente do carro mesmo assim e ela me atropelou buzinou, freiando bruscamente. Mostrei que estava andando sobre uma faixa de pedestres e ela me xingou, pouco depois os demais passageiros do carro também o fizeram.

Eu já fiz o teste: Parar em todas as faixas possíveis num caminho longo para qualquer lugar nunca me fez demorar sequer 5 minutos a mais, e se eu já estiver atrasado, que diferença faz 5 ou 2 minutos?

Uma coisa que me chateava quando estava dirigindo e parava na faixa eram os pedestres que agradeciam. Gente?! Não estava fazendo mais que a minha OBRIGAÇÃO! Isso tem que ser o natural de qualquer motorista. Agradecer fazia parecer que estava fazendo um favor ao seguir as leis de trânsito.

Algumas pessoas reclamam de quem atravessa em qualquer lugar, mas como um pedestre vai procurar uma faixa pra atravessar se ele sabe que nenhum condutor respeita? Ah, em alguns pontos existem as passarelas. Se você nunca veio a Manaus pode acreditar que isso é uma solução razoável, mas não é. Na maioria das passarelas (que são poucas) não há proteção contra chuva ou sol - e aqui qualquer segundo a mais no sol é um tormento - e o tempo que se gasta até chegar à passarela, subir, atravessar e descer não parece valer a pena pra quem está fritando ou se molhando. Se é tão difícil convencer um motorista, que está no seu ar condicionado, sentado e tranquilo a esperar poucos segundos para uma pessoa atravessar, como esperar que seja fácil convencer um pedestre suado e cansado a andar mais, subir e descer escadas, perdendo vários minutos a mais e sofrendo com o clima característico da nossa cidade?

Acabei encontrando um video (um pouco antigo) excelente do CQC falando sobre esse assunto, em que o Rafinha Bastos fez exatamente o que eu tenho feito, apresentando dados interessantes - e alarmantes. Assistam e repensem suas atitudes no trânsito:


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Como é que fala?

Sabem, é muito esquisito isso de não lembrar de algumas coisas que a gente sabe que sabe. Por exemplo, num desses últimos dias tentei lembrar o nome de um filme olhando para o computador, sabendo que tenho a capa do dvd só em virar de costas, mas tentei me forçar a lembrar (ainda não consegui). Um exemplo muito prático disso e que todo mundo conhece e acredito que já fez é tentar lembrar de uma palavra que significa tal coisa e procurar no google (ou qualquer outra máquina de busca) pelo significado pra saber a palavra. Atualmente tenho tentado me forçar a não fazer isso pra buscar melhorar minha memória... Mas é muito difícil quando se tem esclerose (múltipla, ainda por cima).
Essa sensação me lembrou muito o vídeo do Porta dos fundos "como é que fala?"

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Quanto de memória você tem?

Recebi essa matéria do UOL. Achei interessante o fato de poder colocar todas as músicas que eu, meus pais e meus amigos já ouviram em todas as nossas vidas em um único HD. Mas o que me chamou a atenção na história não foram os 5 terabytes de armazenamento que a Hitachi profetizou para seu "futuro top de linha" (que acabou nem sendo mesmo os cinco, se limitou a apenas um terabyte). O que chamou mesmo a atenção foi a declaração do presidente da empresa, Yoshihiro Shiroishi: “a capacidade total de armazenamento de dados do cérebro humano é estimada em 10 terabytes”.

Não sei qual o conhecimento dele em neurociência – o meu é pífio. Mas como já está virando tradição, vou me aventurar por mais um território inóspito. É a sina…



Soa-me esquisito falar em capacidade máxima de armazenamento do cérebro. Quem calcula isso? Como se calcula isso? Eu acho que o cérebro é imensurável… Até porque, ao contrário dos discos rígidos, não sabemos exatamente o que nossa cachola guarda. Enquanto as máquinas têm seus dados binários (01010101010101110001), nós temos memórias, pensamentos, sentimentos – não, eles não nascem no coração –, capacidades místicas, mágicas, sobrenaturais até.

O próprio cientificismo se depara com milagres, direto. Lembro de uma matéria sobre um rapaz americano cego que anda de bike, orientado por um sonar que ele próprio desenvolveu na cabeça – tipo os golfinhos e os morcegos. Coisa de louco sério. Veja o vídeo AQUI. Alguém sabia que este radar é uma capacidade inerente ao cérebro humano? Provavelmente não, mas é... Não vou ficar citando casos, mas têm vários cérebros que ultrapassam as barreiras da própria ciência. Se a ciência é humana e o homem transgride os limites do próprio homem, como podemos mensurar nossos limites? É uma pergunta cartesiana, retórica, mas não desprezível.

Concluindo: acho que a afirmação do seu Shiroishi ali é a típica aplicação publicitária vulgar da ciência. Ele só queria mostrar como o HD da Hitachi é poderoso, algo tipo: "tu tens muita coisa na cabeça né?! Pois é, meu HD também terá muita coisa armazenada". Tudo bem, mas acho que em um tempo como este em que vivemos, em que este tipo de pensamento pulverizou nossa capacidade de buscar a profundidade das coisas, vale a pena um pouquinho de contestação a la Descartes.

PS: se alguém aí conhecer algum neurocientista, por favor, pergunte a ele se esse negócio tem base mesmo.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Remember, Remember the 5th of November

https://www.youtube.com/watch?v=iBOgb0uzVbE

Sim, adoro muito V de Vingança, provavelmente é meu filme predileto entre todos que já assisti, mas há muitas razões pra isso:
  1. Eu assistia todas as noites, e depois de eu já saber todas as falas decoradas, acabei concluindo uma coisa muito interessante: quando assistimos um filme tanto que já sabemos exatamente todas as cenas e nada mais nos surpreende nele, ele vira como se fosse uma canção de ninar. O filme vai nos ninando, quase como se fosse um professor com a voz muito suave;
  2. Tem uma conotação muito revolucionária, exatamente como eu gosto e como costumo ver que a vida pode/deveria ser;
  3. Assisti junto a um grande amigo meu (Rafael) na época que graduávamos em ciência da computação na Universidade Federal do AMazonas, portanto, muitas vezes o filme me faz lembrar dele e das coisas que conversávamos.
  4. et. al

ACELEEERA!!!

Alguma vez, alguém ficou querendo que você se apressasse demais nas coisas? Você já se irritou com isso? ou pior, você costuma ser esta pessoa?

Bem, lembro que sempre fiquei meio angustiado com minha mãe, pai, namorada ou quem quer que fosse me apressando pra fazer todas as coisas. Mas note que apressar é diferente de pressionar a fazer algo: tenho a impressão de que teria sido mais proveitoso se eu fosse mais pressionado pelo meu orientador quando eu fazia mestrado, antes de ser jubilado (mas pode ser só impressão mesmo e ter acabado tudo igual de qualquer forma).

Na vida, quando alguém me apressa eu só me sinto o Coiote do desenho (pra quem não sabe, no desenho animado o coiote é um animal que, por mais que se esforce, é super lento):


Quando descobri que tenho Esclerose Múltipla e que, portanto, essa minha "preguiça" estava explicada, pensei que minha vida seria diferente, achei que finalmente tinha ganhado o direito de fazer as coisas respeitando o meu tempo. Isso de me pressionarem a ir mais rápido causa angústia, e não só a mim. E não é só por ter esclerose múltipla. Desespera (no sentido etimológico mesmo: me faz perder a esperança).

No final das contas, essa pressão me deixa um pouco confuso e, consequentemente, sempre essa pressa acaba me fazendo esquecer de algumas coisas, até porque o número de detalhes pra efetuar um objetivo sempre fica falho em alguma coisa, o que faz com que o problema para reclamarem vire meramente "você não faz nada direito".

Seria muito legal se já fosse sabida a causa da esclerose múltipla ou, ao menos, desde quando quem tem, tem. Eu gostaria imensamente de encabeçar uma pesquisa que levasse a uma resposta a essas perguntas. Ainda esta semana, vou procurar meu orientador do antigo mestrado inacabado, pra ver se ele me apoiaria nessa ideia. Acho bem difícil, pois ele não é da área de medicina, mas computação. Ainda assim, vai que, né...

Torçam por mim :)

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

O dia em que parei de dirigir

Como já expliquei previamente, tenho esclerose múltipla e tal, mas como "tudo começou"?

   Eu estava levando meu pai pra casa dele em outro município (da Região Metropolitana de Manaus) de carro, normalmente eu até que dirigia bem ou pelo menos sem dificuldade, mas nesse dia eu dirigi muito mal mesmo. Eu tinha dificuldade pra me manter na faixa correta, não conseguia direcionar o carro direito, aí o meu pai começou a gritar comigo dizendo que eu estava dirigindo pessimamente, mas eu não percebia nada disso, pra mim eu estava na faixa certa e o meu pai só estava querendo ser chato e pronto.

   Um médico em Presidente Figueiredo (PF) pediu pra eu andar em linha reta e eu senti uma dificuldade imensa pra fazê-lo, e no final das contas nem consegui. Me sentia extremamente exausto e quando tentava fazer algo eu estava muito lento pra tal tarefa. Então, o médico de PF me disse pra ir a um neurologista, e só então seria devidamente avaliado.

E eu estava andando tipo assim, no começo parecia que seria tudo bem, mas no fim percebi que estava quase totalmente fora da linha verde. Eu que fiz o desenho... Gostaram?


   Após ser examinado clinicamente, percebi que minha coordenação motora estava horrível mesmo, tanto que eu deveria ter feito sessões de Fisioterapia Motora, e nem conseguia mais tocar guitarra (e ainda não consigo direito). Não me sentia bem o suficiente pra dirigir, e o remédio que eu passei a administrar me causava mais sono, mais cansaço, mais tudo de ruim. Ou seja, ele não era o que eu podia considerar como um "incentivo" pra tornar às atividades de motorista. 

   Se as pessoas diziam que eu não fazia nada certo, porque continuar fazendo? Então eu tive uma epifania e decidi parar de dirigir (sem contar que, com tempo sobrando e o incentivo do governo para eu ter gratuidade no transporte público, era tudo mais simples fazer de ônibus). Consequentemente, parei de escrever no @postosmanaus, um pouco depois disso.

O que foi/é o @postosmanaus? É só clicar AQUI

domingo, 2 de novembro de 2014

@postosmanaus

A título de curiosidade, o que é/foi o @postosmanaus:
   Bem, era início da era áurea do twitter e aqui em Manaus foi criado o @transitomanaus, um serviço de utilidade pública em que os usuários da rede informavam onde havia trânsito lento ou livre, de modo a buscar melhorar a locomoção das pessoas. Eu, inclusive fui a uma ou duas reuniões no início do serviço, mas como acho que não cheguei a ser chamado oficialmente pra participar, larguei de mão. O fato é que numa dessas minhas epifanias acabei pensando "Por que não faço um serviço parecido pra saber onde há combustível mais barato?"

   Enfim, o @postosmanaus deu muito certo e consegui em torno de 2 ou 3 mil seguidores lá, logo de início, pois sempre enviava qualquer informação de postos com gasolina mais barata. Como os dados que enviava eram confiáveis, em algum tempo cheguei a ter o ápice de estar em torno de 5 mil seguidores. Fui, inclusive, convidado a uma mesa redonda num Encontro de Twitteiros Culturais - ETC num shopping, aqui em Manaus. Nesse encontro, uma coisa que ficou um pouco marcada foi a questão sobre cartel de combustíveis que parecia claro e tudo o mais.

   Com tudo o que houve, até a ANP (Agência Nacional de Petróleo) me convidou para um evento deles que houve em nossa cidade (e lá eu também fiz o mesmo tipo de questionamento). Em algum momento senti que os donos de postos tentaram me intimidar, mas não dei tanta importância a isso por isso agora morri#naopera. Enfim, há um ano, descobri que estava dirigindo de modo errado e após constatar minha esclerose múltipla, resolvi parar de dirigir de vez e, no início até continuava dando as informações de preços que eram enviadas ao serviço, mas com o tempo fui deixando isso mais de lado pra fazer outras coisas na minha vida.

Metade adorada de mim

   Pra muita gente hoje é o dia da saudade, lembrar de pessoas que já partiram e que sentimos muita falta. Mas, pra mim hoje é como um dia qualquer, porque é impossível existir um só dia em que eu não sinta saudades da flor mais linda do meu jardim, e eu não podia deixar de fazer um texto sobre ela, minha avó, dona Tereza Oliveira da Silva e seu filho (meu tio) Ricardo Oliveira da Silva.

Fizeram o bem sem olhar a quem e alegraram a vida de muitas pessoas. Não são dois lindos? 
   Aquela senhora que todo mundo amava, que se dedicava integralmente a seu filho (portanto, meu tio) de criação, Ricardo Oliveira da Silva.
Foi ela quem mais me deu atenção e carinho na minha família, mesmo provavelmente tendo alguma predileção pelo Ricardo.

   Ricardo tinha down, mas era uma pessoa feliz em pelo menos 99% do tempo, sempre brincava, principalmente comigo e tinha um claro amor pela mãe (minha vó). Se não fosse por ele, eu não teria um sentimento de amorosidade por qualquer pessoa com down, pois quando vejo alguém assim, sempre lembro dele x)

   A questão principal é que, depois de adulto, ela era a única coisa que eu tinha comigo todo o tempo, principalmente quando eu me sentia sozinho, eu sempre acabava indo ao quarto dela pra ficarmos deitados juntos, eu amava tanto a companhia dela que mesmo sendo ateu eu ia à missa só pra passarmos mais tempo próximos. Eu sempre amei muito fazer carinhos na minha avó. Ela também era quem fazia tudo pra eu comer, mas isso não tem mais tanta importância, o que realmente faz falta na minha vida é tê-la pra abraçar e conversar quando precisasse.

   Aliás, ela era mesmo uma pessoa perfeita pra conversar, porque sabia ouvir. Tinha opiniões e as expunha, mas não era bitolada, como outras pessoas que conheço e se julgam sempre donos de toda razão do mundo. E olha que ela tinha 83 anos! Com essa idade, muitas pessoas acham que sabem tudo sobre todas as coisas, mas não a minha avó. Ela nunca teve essa pretensão, mas de fato sabia. Era muito mais pra Sócrates que qualquer outra coisa. Ela foi, de fato, uma sábia.

   Pena que há quem não saiba dar o devido crédito a ela. Mas, assim como o Ricardo, era muito difícil alguém que não gostasse dela ou mesmo que ela não gostasse. Tanto que ela foi roubada algumas vezes aqui em casa por pura ingenuidade.

   O que mais me lembra minha avó mesmo é uma conversa que tive com ela sobre eu ser ateu:
Ela, sempre católica quase fervorosa, de ir todo domingo à missa, falou a frase que esclerose nenhuma vai tirar da minha cabeça: "Não importa se Deus existe ou não, o importante é o bem que ele faz às pessoas".

   Quanto ao Ricardo, apesar de ser meu tio, pra mim era sempre um irmão que cuidava de mim, no início da minha vida, depois eu ajudava a cuidar dele. A morte dele abalou muito a família inteira, principalmente minha mãe, que passou a se rotular como ateia, tão logo que ele se foi. Ela dizia "ele era uma pessoa tão boa e especial pra todos. Como é possível que Deus tivesse permitido ou tirado a vida dele. E sim, sem o Ricardo, a família se desestruturou totalmente, mas principalmente por causa da minha avó que passou a ser muito triste boa parte do tempo.

   Me perguntaram hoje se é bom sentir saudades se a gente sofre tanto com isso. Na minha opinião e na da raposa do pequeno príncipe não existe amor sem saudade, e existe algum sentimento mais importante que o amor? Por um parente, amigo, vizinho, enfim... são os momentos que passamos com as pessoas que fazem delas tão importantes, e se realmente for verdade que o presente não existe, nos resta viver com as lembranças de um passado bonito e a esperança de reencontros futuros.

   Uma música que me lembra essa sensação de saudades, mais até que "Pedaço de Mim", de Chico Buarque, é "Sonhos", de Caetano Veloso, especialmente nos trechos:

"Vi a minha força amarrada no seu passo. Vi que sem você não há caminho, eu não me acho"

"Saudade até que é bom. É melhor que caminhar vazio"